Discussão Sobre o Problema do Aedes
A Discussão
Essa é uma página criada no Dumont Hackerspace na Campus Party 2016 para registro das discussões sobre o assunto no evento e fora dele - que já aconteciam nos encontros de Biohacking no Garoa. A discussão surgiu em Janeiro de 2016 para a submissão relâmpago para um edital do British Council - que não foi bem sucedido devido a problemas com a parceria com a USP.
A ideia era submeter um projeto que propusesse uma abordagem diferente para o combate à propagação de doenças virais transmitidas pelo Aedes aegypti. A discussão continua para submissão em outros editais, como o VaiTec da ADESAMPA.
O Problema
Todos estão cansados de saber que o Aedes aegypti é um problema. Mas mesmo assim todo começo de ano é a mesma história: epidemias de dengue pelo país - e agora também epidemias dos novos dois produtos lançados no mercado pelo mosquito listrado: Zika e Chikungunya ("Chicungunha").
Com os crescentes casos de microencefalia no país e a grande correlação com as epidemias do vírus Zika, achamos que devemos fazer alguma coisa já que está tudo em via expressa de ir pro brejo. Então nos perguntamos, o que nós, criaturas estranhas da natureza, podemos fazer a respeito com nosso ativismo "hacker"/"biohacker"/"whateverhacker"/...
É um consenso geral na discussão que o problema de verdade mesmo está em principalmente políticas públicas efetivas de se monitorar a propagação dos focos de doença - a não ser as políticas preventivas de evitar água parada e tudo mais. Eliminar focos de doença não vão resolver o problema 100%, mas que ajuda bastante, isso ajuda; então não deixem de fazer o que a televisão fica enchendo o saco para que todos façam.
E por falar em "as pessoas fazerem a parte delas", esse é outro ponto que as discussões giraram em torno. É efetivo esperar que a população faça a parte dela? Qual é a responsabilidade da população e qual é a do Estado? O engajamento popular pode ser maior? Muitas perguntas. Mas de um modo geral, sendo responsabilidade das pessoas ou não, é fato que a participação popular é bem útil.
As grandes questões que ficam então são: "como podemos melhorar como o monitoramento demográfico dessas doenças é feito"? e "como podemos melhorar a participação popular?".
As Grandes Questões
Quais são as hipóteses que tomamos para responder essas grandes questões:
- 1 Temos que acreditar na preguiça das pessoas. Sim, elas não vão ser participativas se der trabalho. Então seria uma boa ideia tornar o processo de participação popular mais fácil em vez de ficar exigindo de uma grande parte da população além daquilo que ela possa dar.
- 2 O monitoramento da propagação das doenças precisa ser mais rápido e com mais dados. Muitos dados. Porque é bem impossível achar que, na melhor das hipóteses com uma equipe de dezenas de pessoas, seja possível avaliar com eficiência necessária onde o vírus está numa extensa área territorial urbana.
- 3 Monitorar o vírus pelo mosquito é uma ideia mais agradável do que esperar que as pessoas fiquem infectadas e manifestem sintomas fortes o suficiente para levá-las a um hospital público, onde quiçá serão avaliadas como pessoas infectadas por alguns dos vírus, já que a manifestação dos sintomas pode variar por indivíduos (o quanto? alguém sabe?). Não que avaliar a presença dos vírus na população seja ruim, mas focar somente nisso talvez não seja a melhor das abordagens
Coisas Notáveis Que Têm Sido Feitas Para Resolver O Problema
Mosquitos Geneticamente Modificados
Provavelmente a Panaceia para o problema dos vírus transmitidos pelo Aedes. Quem não gosta de Organismos Geneticamente Modificados não vai ver com bons olhos a ideia, mas que ela resolve, resolve! Pesquisadores ingleses desenvolveram um mosquito modificado que ao cruzar com os mosquitos "selvagens" produzem criam que morrem antes de chegarem à fase adulta, diminuindo drasticamente a população de mosquitos Aedes (em, por exemplo, 80%). A empresa que faz isso no Brasil já obteve aval do Conselho Nacional de Biossegurança só que ainda precisa de aval da ANVISA para comercializar o produto. Como não há uma previsão de quando isso vai acontecer - e também porque isso ainda precisa de alguns milhões em investimento - alguma coisa mais barata deve ser feita por enquanto.
Plataforma Crowdsourced
Há uma plataforma open-source chamada Crowdcrafting que pode ser utilizada para coletar dados "crowdsourçados". Ao entrar no site há vários exemplos, mas no caso do problema do Aedes, há um projeto Espanhol que usa um aplicativo em associação com essa plataforma para avaliar focos dos moquitos
Mapa dos Mosquitos
Ideias Para Trabalhar as Grandes Questões
Perguntas Mais a Fundo
- 1 Há dados quantitativos significativos de alguma porcentagem de indivíduos infectados que manifestam