Hacker

De Garoa Hacker Clube
Revisão de 23h44min de 26 de setembro de 2011 por Aleph (discussão | contribs) (→‎Cracker)
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Os diversos acontecimentos envolvendo crimes digitais são normalmente reportados e propagados pela mídia de forma a caracterizar o termo "hacker" como associado ao criminoso cibernético. Infelizmente estas abordagens podem fazer com que pessoas não familiarizadas com os diversos usos e significados do termo hacker tenham uma imagem incorreta do Garoa Hacker Clube.

Sendo assim, considerando que temos como um de nossos objetivos "promover os ideais da ética hacker perante a comunidade e o poder público, esclarecendo desentendimentos acerca do termo", gostaríamos de esclarecer o que acreditamos que seja o devido significado do termo hacker.

Significados do termo Hacker

O Garoa HC entende como hacker:

  1. A pessoa que tem gosto em ter um entendimento profundo do funcionamento interno de equipamentos, sistemas, computadores e redes informáticas;
  2. hobbistas interessados em computação pessoal, hardware e eletrônica, adeptos da prática de projeto e construção amadora; e
  3. alguém que aplica o seu engenho para conseguir um resultado inteligente, criativo, rápido e eficiente.


História da cultura hacker

O surgimento termo hacker vem, pelo menos, dos anos 50 e 60. E não está tão ligado aos computadores quanto as pessoas pensam, principalmente hoje em dia. Um hacker é alguém que faz um sistema agir de uma maneira que não era esperada pelo seu projetista, alguém que é capaz de dominar o comportamento de um sistema além do que o próprio criador pensou originalmente.

Na década de 50 existiu um grupo conhecido como PST no "Tech Model RailRoad Club" (TMRC) no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde eles realizavam "ajustes pontuais" rápidos e eficientes, sendo consideradas sacadas geniais com relês eletrônicos para criar desvios inusitados que eles chamavam de hacks, o que não era uma perversão, assim como ocorre com muitos hacks até hoje. Um hack épico do TMRC foi quando eles usaram uma central de chaveamento telefônica que havia sido jogada fora para chavear os desvios da maquete deles, o que permitiu uma maquete muito maior do que qualquer outra encontrada na época a um custo irrisório. Ou seja, uma tremenda 'perversão' do uso de uma central telefônica.

E desde então o termo "hacker" passou a ser empregado para classificar aqueles que são "muito bons" naquilo que fazem e eventualmente realizam algum 'insight criativo' dentro do seu contexto de atuação. Na época, costumava-se dizer que haviam dois tipos de alunos no MIT: as "ferramentas" ("tools") e os hackers. Os alunos do tipo ferramenta eram aqueles que frequentavam as aulas com regularidade, que está sempre na biblioteca quando não há nenhuma aula, e vai direto para a classe. Um hacker era o contrário: alguém que nunca ia para a aula, que na verdade dorme o dia todo, e que passa a noite atrás de atividades de diversão ao invés de estudar e que eram tão bom ou senão melhores que os ferramentas.

Originalmente, o termo hacker nada tinha a ver com computadores. O verdadeiro hacker se envolve em seu passatempo com dedicação e talento. Pode ser telefonia, ou ferromodelismo, ou ficção científica, rádio amador, ou pode ser mais do que um destes passatempos. Ou também pode ser um passatempo relacionado aos computadores.

O termo se solidificou na década de 60, definindo uma classe de especialistas dentro da subcultura de programadores de computadores principalmente no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, continuando com o sentido original cunhado na década de 50 no TMRC. Sendo-se que o MIT-AI num trabalho colaborativo e conjunto com o SAIL (Stanford AI Lab) e as comunidades ARPANET e LISP/PDP-10 incuindo a Beranek, BOLD e o pessel da Carnegie Mellon University, criaram o famoso Jargon File que posteriormente foi formalizado como "Internet Users' Glossary" na RFC 1393 que define o hacker como "uma pessoa que se deleita em ter compreensão íntima do funcionamento interno de um sistema, computadores e redes de computadores em particular." sendo uma definição que recebeu algumas críticas por estreitar um pouco o significado original, por isto o Garoa aplica um sentido mais amplo que abrange o significado dos principais verbetes do termo.


Phreaking

A história do Phreaking começa em 1957, quando foi descoberto que um tom específico, o de 2600 Hz, era utilizado como sinalização de controle das centrais telefônicas existentes e, portanto, seria possivel ao operador de um telefone comum tomar o controle sobre o circuito de uma ligação telefônica. Durante os anos 60, um apito de plástico distribuído como brinde em caixinhas de cereais nos Estados Unidos e que coincidentemente emitia exatamente essa nota foi a base para o surgimento de toda uma cena hacker envolvendo a rede de telefonia - o dito phreaking.

A maioria dos phreakers (um dos mais famosos hoje em dia deve ser Steve Wozniak, que depois fundou a Apple) não tinha intenção de roubar ou bular a tarifação. Faziam isso somente pela diversão e para tentar descobrir cada vez mais formas de burlar o sistema. Com o tempo foram criados mecanismos (chamados de black box e blue box) cada vez mais sofisticados capazes de realizar operações automaticamente.

Em 1985 com a publicação dos trabalhos do pesquisador holandês Wim van Eck, sobre a técnica de ataque lateral de exploração eletromagnética chamado TEMPEST Ataque, houve uma renovação deste movimento e o termo Phreaking teve seu significado ampliado, ganhando um novo verbete.

E, apesar disso tudo envolver pouco ou nenhum computador, ninguém tem dúvidas de que se tratou de um movimento hacker - e um de primeira linha.

Cracker

Convencionou-se chamar de cracker quando algum indivíduo (especialista ou não) em informática dedica-se a realizar atividades maliciosas, ataques ou crimes cibernéticos.

Dentro desta categoria há os tipos

    • Carder que se dedicam a fraudes com cartões de crédito e outros cartões empregados para crédito e/ou bilhetagem como o Smart Card MIFARE.
    • Banker' são aqueles que atuam no realizando ações maliciosas e/ou criminosas com informações bancárias alheias, seja como programador dos trojans bankers, seja como laranja, ou aliciador/integrante em quadrilhas. Estas informações são utilizadas para saques, compras, transferências indevidas da conta bancária das vítimas, e até mesmo para venda ou troca entre outros bankers.


O Garoa HC não possui uma posição oficial quanto ao uso do termo cracker, alguns de nossos sócios-fundadores não simpatizam e preferem não empregar este termo, visto que ele pode gerar mais confusão do que esclarecimentos, sendo-se que estes acreditam ser mais apropriado empregar o termo ciber-criminosos.

Algumas definições interessantes

"A "computer hacker," then, is someone who lives and breathes computers, who knows all about computers, who can get a computer to do anything. Equally important, though, is the hacker's attitude. Computer programming must be a hobby, something done for fun, not out of a sense of duty or for the money. (It's okay to make money, but that can't be the reason for hacking.)" (Brian Harvey)

"The term (hacker) can signify the free-wheeling intellectual exploration of the highest and deepest potential of computer systems. Hacking can describe the determination to make access to computers and information as free and open as possible. Hacking can involve the heartfelt conviction that beauty can be found in computers, that the fine aesthetic in a perfect program can liberate the mind and spirit. " (Bruce Sterling)

A person who delights in having an intimate understanding of the internal workings of a system, computers and computer networks in particular. (RFC 1392)

Referências

The Hacker Crackdown

What is a Hacker?

Hackers, Heroes of the Computer Revolution

The Hacker Manifesto

Jargon File - Internet Users' Glossary

Van Eck phreaking

Wikipedia